Texto: Anderson Carvalho | Jornal A tribuna RJ

O comando-geral da Polícia Militar expulsou da corporação, na última quarta-feira, o vereador Geiso Pereira Turques, o Geiso do Castelo (PDT), por suposto envolvimento com milícia. A decisão do comandante-geral, Alberto Pinheiro Neto, foi publicada no Boletim Interno. De acordo com as investigações, o então PM tinha bens incompatíveis com seus vencimentos nos anos de 2004, 2005 e 2009. Geiso chegou a ser indiciado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em 2006, presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSol). O vereador anunciou que acionará a Justiça para ser reintegrado. 

O pedetista mantém o Castelo das Pedras – baile funk que ocorre na favela Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, e em São Gonçalo – e está no terceiro mandato parlamentar. Antes da sessão plenária no Legislativo, Geiso disse que está sofrendo perseguição na PM, pois todos os policiais que participaram das investigações contra ele, no final, o elogiaram. 

De acordo com as investigações da CPI das Milícias, os negócios chegavam todo mês a mais de R$ 3 milhões. De acordo com relatório da PM, o Castelo das Pedras seria um local isento de imposto de renda e sem fins lucrativos. Em 1999, dados levantados pelo Ministério Público apontaram que o no local eram realizados bailes funks pagos. 

Tinha como presidente Ivana Turques de Souza, irmã de Geiso. Já em 2008, o Castelo passou a se chamar N.E. Bar e Danceteria Castelo das Pedras Ltda-Me, em nome de Geiso. Em depoimento à CPI, em 30 de setembro de 2008, o parlamentar confirmou todas as informações, mas, negou envolvimento com milícia, seja no Rio ou em São Gonçalo. Disse ainda que recebe 30% do faturamento do Castelo das Pedras, além do salário de vereador. 

Procurado pela reportagem do Jornal A tribuna RJ, o presidente da Câmara, vereador Diney Marins (PSB), afirmou que a Casa não se manifestaria sobre o assunto. A assessoria de Geiso também disse que ele não se pronunciará.