Helil responde na mesma moeda carta do vice.
Foto: PMDB-RJ
Ler, pela imprensa, a carta de rompimento do seu vice deixou o prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo (PMDB), com sangue nos olhos. Na mesma moeda, o moço escreveu uma réplica a Audir Santana (PSL).

No texto, lamenta que “Na vida, poucas são as relações que resistem às adversidades. Quando a necessidade entra pela porta, o amor sai pela janela”.

Irmã, sim
Helil defende ainda a nomeação da irmã, o seu primeiro ato de 2016 depois de mais de mil demissões. Diz que Helenilza trabalha “de sol a sol” e avisa que a moça não ganha R$ 15 mil, e sim R$ 7.400.

Carta na íntegra do prefeito:

"Na vida, poucas são as relações que resistem às adversidades. Isso vale para tudo: amizades, casamentos, sociedades, política. E também para o meu (agora ex) vice Audir Santana. É como o diz o ditado: "Quando a necessidade entra pela porta, o amor sai pela janela".

Sua atitude não me surpreende, Audir. Eu o compreendo. Sei bem como é difícil para um político tomar decisões impopulares, ainda mais em ano eleitoral: demitir, reduzir salários, cortar na carne. Quem faria isso por livre e espontânea vontade? Mas governar é fazer escolhas. E diante do grave quadro de queda de mais de 50% na arrecadação e da demissão de 37 mil trabalhadores do Comperj mexendo diretamente com a nossa economia, optei por manter o compromisso com a população.

Lamento profundamente as demissões, mas fiz o meu dever como gestor. Cortei gastos para não deixar de socorrer um paciente em risco de vida no hospital; para não parar uma obra pela metade; para não deixar crianças fora da escola. O momento agora é de lutar para driblar a crise, de reinventar o futuro de Itaboraí, e não de tirar proveito político.

Quanto à minha irmã, cabe esclarecer, antes que a mentira se torne verdade: ela não recebe R$ 15 mil, e sim, R$ 8 mil. Está a meu lado desde que assumi a gestão e não acumulava secretarias, como o Audir, que além de vice-prefeito, estava à frente das pastas de Desenvolvimento Social e de Esporte e ainda ocupa o cargo de legista no IML. Helenilza trabalha de sol a sol, dá o sangue por esta cidade, não porque tem o mesmo sangue que eu, mas porque, como eu, nasceu aqui, cresceu aqui, e mesmo quando eu deixar o governo, continuaremos todos em Itaboraí e seremos capazes de andar de cabeça erguida porque não traímos nossa cidade e lutamos até o fim".

Extra, Extra - Por Berenice Seara