Oceanógrafo David Zee, deputado estadual Nivaldo Mulim,
secretário de meio ambiente Ricardo Harduim e a secretária de
infraestrutura, Ana Cristina. 
O avanço dos casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypt (dengue, vírus zika e febre chinkungunya) levou o presidente da Comissão Permanente de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Nivaldo Mulim (PR), a convocar, na tarde da ultima sexta-feira (19), uma reunião extraordinária para discutir medidas e ações para implementar o Plano Municipal de Saneamento Básico de São Gonçalo, que acaba de ser aprovado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Morador e representante do município no legislativo estadual, Mulim sentou à mesa com os secretários municipais de Meio Ambiente, Ricardo Harduim, de Infraestrutura e Urbanismo, Ana Cristina Silva, e com o oceanógrafo David Zee, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para definir estratégias para captação de recursos financeiros para colocar o Plano em ação. 

“Cuidar do saneamento básico é cuidar da saúde da população. Quando não se investe em saneamento, gasta-se com medicamentos, exames, internações”, declarou o deputado durante a reunião. De acordo com o parlamentar, a meta principal do Plano Municipal de Saneamento de São Gonçalo é a dragagem e a limpeza dos rios, que estão em sua maioria assoreados, com lixo e são responsáveis por enchentes, alagamentos e transmissão de doenças. 

“Não queremos pensar em saneamento da forma tradicional, só cuidando da coleta do esgoto domiciliar. Queremos atacar os rios. São Gonçalo tem 15 rios e boa parte com problemas. O Guaxindiba é o mais poluído. Então, nosso desafio é entregar esses rios limpos à população. O objetivo agora é captar recursos” afirmou Nivaldo. 

O oceanógrafo David Zee definiu o Plano de Saneamento Básico de São Gonçalo como um dos mais completos com que já teve contato. O município, segundo o especialista, conseguiu cumprir a meta do governo federal ao apresentar o plano de saneamento em 2015, contemplando os quatro componentes estabelecidos no Plano Nacional de Saneamento Básico: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem da água da chuva. 

“O Plano de São Gonçalo é completo e o deputado Nivaldo Mulim teve uma visão de vanguarda ao pedir prioridade para a limpeza dos rios. Ele entendeu que a comunidade está atenta à qualidade dos rios e mensura isso quando, por exemplo, pega a Barca (Rio x Niterói), atravessa a Baía e percebe que está suja porque há vários rios poluídos desaguando ali. Não adianta tratar o esgoto doméstico sem tratar as águas e os rios do entorno da cidade. A pedido do deputado, vamos buscar soluções para o tratamento de águas pluviais no município, problema que afeta as populações mais carentes e está diretamente ligado à manutenção e desassoreamento dos cursos d´agua”, afirmou David Zee. 

O professor da Uerj está otimista de que os recursos financeiros para por o plano municipal em prática não demorem a chegar. Ele estima que se houver verba para começar o trabalho este ano, será possível notar os primeiros resultados já em 2017. 

“Pelo idealismo e comprometimento do deputado, do prefeito Neilton Mulim e dos secretários, acredito que não terão dificuldades para captar os recursos”, observou. 

O secretário de Meio Ambiente Ricardo Harduim reconhece que a execução financeira é parte mais difícil da proposta: 

“Lamentavelmente, a verba é o maior empecilho para o Plano de Saneamento sair do papel. Receberíamos recursos do governo do estado por meio do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, mas com a crise econômica não será possível, teremos que buscar outros parceiros. Participarei de uma oficina do subcomitê de Bacias em Cachoeiras de Macacu, onde serão discutidos recursos para o saneamento básico”. 

O deputado Nivaldo Mulim, que destinou todas as emendas orçamentárias para a área de saneamento básico, adiantou que irá conversar com o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), para pedir a liberação para buscar recursos junto à iniciativa privada. 

Na secretaria de Infraestrutura, os esforços também estão concentrados na execução do Plano de Saneamento. De acordo com a secretária Ana Cristina todo o trabalho será alinhado com as diretrizes estabelecidas no projeto. 

O município avança ao discutir um Plano de Saneamento que contempla outras áreas essenciais para a população como, por exemplo, a Saúde. Todas as ações da Infraestrutura têm, por obrigação, que ser pautadas no Plano Municipal de Saneamento Básico e estamos emprenhados, juntamente com o prefeito em viabilizar esse projeto. 

Fonte:Ascom
Autor: Jaciara Moreira
Foto: Girley Oliveira