Altineu Côrtes e Helil Cardozo
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Depois de sete anos em que esteve no PT e no PR, o deputado federal Altineu Cortes retornou ao PMDB, onde iniciou a carreira política, tendo sido secretário de Infância e Juventude na gestão da então governadora Rosinha Garotinho (2003-2006). O complicador é que o partido é o mesmo de seu maior adversário em Itaboraí, o prefeito Helil Cardozo. O parlamentar pretende disputar a prefeitura nas eleições deste ano. Garante que não fará qualquer composição com o atual chefe do Poder Executivo. Que também é presidente municipal da legenda. Este porém, não aceita a filiação dele. 

“Fui convidado pelos deputados federais do PMDB em Brasília. Filiei-me no último dia 16. Sou de um grupo diferente do de Helil. Vou disputar com ele na sigla o direito de concorrer à prefeitura. Ele está com muitos problemas. Entre eles, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode confirmar a cassação pelo juízo eleitoral em Itaboraí do mandato dele”, disse Altineu, um dos autores do processo que culminou na cassação de Helil no ano passado. 

O PMDB deverá decidir o impasse em breve. O período de convenções partidárias, em que as legendas definem os candidatos é de 20 de julho a 5 de agosto. Através de assessoria Helil lembrou que o diretório regional do partido o anunciou como pré-candidato a prefeito no ano passado e que para poder se candidatar, Altineu tem que estar filiado à legenda no município e isto ainda não ocorreu. 

Sobre a pendência, o parlamentar informou que vai resolvê-la esta semana e que se Helil não filiá-lo, vai pedir intervenção no diretório estadual. “Fiz a ficha de filiação em Brasília, com apoio do presidente nacional, o vice-presidente da República, Michel Temer. Esta semana vou ao cartório eleitoral de Itaboraí entregar o pedido de filiação. Se o prefeito não me filiar, a direção regional vai tomar as providências cabíveis. Na Câmara dos Deputados a minha situação já está resolvida”, contou o deputado. 

Sobre a decisão do PMDB no ano passado, Altineu disse que a política é dinâmica e permite mudanças. “Quem estava naquela época já saiu ou não é mais pré-candidato”, disse. 

O retorno à antiga legenda provocou divergência entre Altineu e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ). Padrinho político de Helil, este teria retirado no último dia 17 o nome do parlamentar da Comissão de Impeachment, que avalia o pedido de afastamento contra a presidente Dilma Rousseff. A alegação dada é de que Altineu ainda não estava oficialmente na sigla. 

“A minha filiação foi no dia 16. No dia 17, a mudança já estava no painel da Câmara. O Cunha teme que eu tenha um destaque ainda maior que tive na CPI da Petrobras no ano passado”, explicou o deputado, acrescentando que deverá entrar com ação no Supremo Tribunal Federal caso o impasse não seja resolvido. 

Em 2008, ele disputou a Prefeitura de São Gonçalo pelo PT, após sair do PMDB devido a disputa com a deputada estadual Graça Matos e o marido desta, o deputado federal Edson Ezequiel. Em 2012, disputou o cargo de prefeito de Itaboraí pelo PR.

Texto/fonte: A tribuna RJ