Foto: rj.gov.br
Inicialmente orçada em R$ 5 bilhões, os custos já chegaram a R$ 19 bilhões, aumento de 280%. Em meio à crise econômica por que passa o Estado, o governo pediu autorização à Assembleia Legislativa para tomar um novo empréstimo, no valor de R$ 989,21 milhões. O pedido começou a ser discutido pelo parlamento na tarde desta terça-feira (29/03). A construção da Linha 4, que não será concluída antes da realização das Olimpíadas, como previsto, não é só fruto da incompetência administrativa e do autoritarismo do PMDB. O nome do governador Sérgio Cabral aparece na lista da Odebrecht, apreendida pela Polícia Federal. O documento identifica supostos beneficiários de propinas e doações eleitorais. A Operação Lava-jato suspeita que Cabral recebeu R$ 2,5 milhões oriundos de esquemas de corrupção envolvendo a Linha 4, sob a responsabilidade da Odebrecht.

Freixo criticou o projeto e disse que o PSOL vai exigir transparência:

"Esse empréstimo não é pequeno, mas não é o primeiro. Com o BNDES, já foram quatro. Com uma agência francesa, o empréstimo foi em dólar. O valor inicial era de R$ 802 milhões, e nós já devemos R$ 1,5 bilhão. Com o Banco do Brasil, a dívida desse governo, do qual o deputado Carlos Osório foi secretário de Transporte e acabou de defender na tribuna, é de R$ 5 bilhões. Também no Banco do Brasil, o governo pegou empréstimos em dólar que somam R$ 6,5 bilhões.

Carlos Osório diz que quer ver as obras concluídas. Eu também gostaria. Mas a obra com o traçado original, proposto pela sociedade civil e especialistas em transporte, que o seu governo não aceitou porque já tinha um projeto pronto. O traçado original criaria pela primeira vez um sistema em rede, como acontece em qualquer lugar do mundo. E não essa tripa em linha reta. A Linha 4 é a continuidade da Linha 1, aumentando o número de usuários no mesmo trajeto. Fizemos o debate na época, mas o governo insisitiu.

Nós queremos a transparência para saber onde foi parar esse dinheiro. O que custaria R$ 5 bilhões está custando R$ 19 bilhões, e ainda não está pronto. É exatamente com a Linha 4 que a Lava jato toca no senhor Sérgio Cabral, o chefe de vocês da base do governo. Ele é chamado de Proximus na lista da Odebrecht. Muito Proximus.

Agora, querem votar um novo empréstimo sem transparência, às cegas. Isso é um escárnio. O PSOL vai votar contra e exigir transparência."

Texto/fonte: Marcelo freixo/Facebook