Diego São Paio Foto: Mayra Carvalho |
Escassez de alimentos, falha nas entregas, má qualidade dos produtos. Os problemas com merenda escolar se tornaram recorrentes nas escolas e creches municipais de São Gonçalo. Para discuti-los e encontrar soluções, a Câmara de Vereadores vai realizar uma audiência pública no dia 31 de maio, às 17h, na OAB-SG.
De acordo com o vereador Diego São Paio, que solicitou a audiência à Casa, professores, funcionários e os responsáveis dos alunos precisam ser ouvidos.
“Chegamos a um ponto insustentável em que os alunos chegam na escola às 7h e saem às 9h porque não tem merenda. Sabemos que, infelizmente, milhares de alunos fazem na escola sua principal refeição do dia. Não podemos admitir que nossas crianças tenham o aprendizado prejudicado por conta de uma má gestão”, afirmou o vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal.
Além de oficializar as denúncias feitas por quem enfrenta o problema diariamente, Diego destaca que a audiência pública também servirá para questionar a Prefeitura acerca dos dois contratos publicados no Diário Oficial no início do mês. O primeiro deles homologa a aquisição de gêneros alimentícios com sobrepreço em diversos itens. Aquele que mais chamou a atenção na lista foi o valor da dúzia de ovos, comprada a R$10 pelo Executivo. O parlamentar da Rede Sustentabilidade também questionou a renovação do contrato com a fornecedora Home Bread, pelo prazo de oito meses, por R$17,8 milhões.
“A Prefeitura deve uma explicação não apenas aos pais de alunos, mas a todos os contribuintes. Em meio a esta crise, as famílias têm buscado diminuir os gastos, economizando aqui e ali. Enquanto isso o prefeito opta por pagar mais que o dobro do preço em um produto e estender o contrato com uma empresa que não dá conta do serviço, deixando as crianças com apenas arroz e feijão no prato. Está sobrando dinheiro em São Gonçalo pra esbanjar?”, criticou Diego.
A Ordem dos Advogados do Brasil em São Gonçalo (OAB-SG) fica na Travessa Euzelina, 100 - Zé Garoto.
Home Bread - Investigada pelo Ministério Público no ano passado sob acusações de superfaturamento, a empresa recebeu R$44 milhões para atender 104 escolas e 40 creches, nos primeiros dois anos de contrato, o que equivale a cerca de 1,8 milhão por mês. Na época, o Tribunal de Contas questionou o valor do contrato, afirmando que pelo menos R$ 15 milhões do valor total poderiam ter sido economizados.
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