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Com Ana Carolina Mascarenhas 

Militantes discutiram com estudantes e apoiadores de outros candidatos. Quatro prefeitáveis faltaram ao evento, que teve que ser interrompido diversas vezes por causa de tumulto na plateia

Uma grande confusão marcou o debate com os candidatos a prefeito de São Gonçalo, realizado nesta quarta-feira (28) na UERJ. Durante a fala do Professor Josemar (PSOL), militantes brizolistas provocaram uma estudante, que não tolerou a ameaça de agressão. A partir daí, o debate se tornou um verdadeiro Fla-Flu, sendo interrompido por discussões exaltadas pelos apoiadores de Brizola Neto e do Professor Josemar. Neilton Mulim, José Luiz Nanci, Dilson Drummond e Dejorge Patrício foram convidados, mas não compareceram ao evento.

Apesar das inúmeras interrupções, o debate seguiu até o final com perguntas de membros do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE), organizador do evento, da plateia e entre os candidatos. 

Intensamente vaiado pela turma do Brizola Neto (PDT), Professor Josemar (PSOL) defendeu uma educação sem preconceitos e uma aproximação da universidade, com a realização de convênios. Ele aproveitou para criticar a gestão da ex-prefeita Aparecida Panisset. 

“O candidato do PDT faz questão de reforçar a importância da educação e diz que vai lutar por ela em seu mandato, mas está sendo apoiado por uma pessoa que deu apenas 1% de aumento para os professores. Isso é uma vergonha”, declarou o professor. 

Também desrespeitada pelos pedetistas, Dayse Oliveira (PSTU) falou da importância de investimentos em educação e cultura, e da estatização das empresas de ônibus do município. 

“A cultura precisa ser desprivatizada. Precisamos de uma escola de artes na cidade. Temos que valorizar a educação. Um professor da rede municipal ganha hoje vergonhosos R$ 933. Isso precisa mudar. Também acredito que precisamos de uma empresa pública de transportes para diminuir o preço das passagens. Isso ajudaria até na educação”, explicou.  
Único candidato que teve sua fala respeitada durante todo o debate, Diego São Paio (REDE) afirmou que vai fazer um choque de gestão na administração, combater a corrupção, realizar auditorias e enxugar a máquina pública. Ele defendeu ainda uma postura firme da Prefeitura para cobrar investimentos do Governo do Estado no combate a enchentes em resposta a uma pergunta da plateia.

“Do jeito que está não dá. São Gonçalo precisa de um administrador, para colocar as contas no lugar e garantir recursos para todas as áreas. A gente precisa parar de mendigar serviços e investimentos que são de responsabilidade do Estado, como o desassoreamento de rios para evitar enchentes na cidade. Essa medida estará aliada ao nosso Plano de Combate aos Riscos, aos investimentos em educação ambiental e no reflorestamento de nossos morros, como vem sendo feito pelo projeto Remoma há 14 anos no Morro da Matriz”, declarou Diego, que ainda firmou o compromisso de manter convênios com a universidade para a realização de projetos na cidade.

Aos gritos de “Forasteiro”, “agressor de mulheres” e “Pedro Paulo” (em alusão ao candidato a prefeito do Rio que é acusado de agredir a ex-mulher), Brizola Neto lembrou os feitos de seu avô, Leonel Brizola e do governo de Getúlio Vargas na educação. Seu objetivo é retomar o projeto dos Cieps, criado por Darcy Ribeiro, na década de 1980.

“Vamos lutar pela educação de tempo integral, que foi iniciada pelo meu avô, um homem visionário e que sempre valorizou a educação. A gente não pode deixar os Cieps da maneira como estão hoje. Educação será a nossa prioridade”, afirmou. 

Além de manifestações verbais, Marlos Costa (PSB) enfrentou também placas acusando-o de homofóbico durante sua fala. O candidato defendeu o aumento das creches na cidade e a descentralização da merenda. 


“Em nosso mandato, nós vamos descentralizar a compra de merenda, como era feito antes. Vamos também garantir que parte da carga horária do professor seja dedicada ao planejamento das aulas. Em nosso governo, vamos cumprir o piso salarial nacional para os professores e atingir o ideal de cinco salários mínimos para a categoria”, afirmou.