Prioridade de Brizola será educação | Foto: O Fluminense
Dando continuidade a série de entrevistas com candidatos a prefeito, o blog "A política RJ" publica o segundo bloco de entrevista com os prefeitáveis. Leia o primeiro bloco da entrevista com o candidato Brizola Neto - AQUI. Conheça mais propostas do candidato a prefeito de São Gonçalo Brizola Neto (PDT) nesta entrevista.

Diversas obras do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) e com verba federal estão paradas ou nem começaram na cidade, como a Quadra Poliesportiva do bairro Mutuá e Centros de Esportes. Como pretende lidar com isso? 

Um grave  problema de São Gonçalo é não ter coordenadoria de projetos capaz de elaborar e viabilizar a chegada dos recursos federais. Sem projetos, as obras não acontecem. Por outro lado, conheço bem a Esplanada dos Ministérios, em Brasília: aprendi muito como Ministro do Trabalho e Emprego... Sei exatamente a quem procurar, e em quais portas bater. Tenho absoluta segurança de que saberemos fazer as portas se abrirem para atender aos interesses e necessidades da população de São Gonçalo.

No próximo ano, caso seja eleito, terá que enfrentar uma grande dificuldade devido à crise atual. Serão poucas verbas do governo federal e estadual. Como pretende se ajustar para administrar a cidade mantendo os serviços públicos com pouca verba já sendo a cidade mais populosa e com o menor orçamento per capita do Estado? 

Vou colocar à disposição  da cidade e do povo gonçalense a experiência acumulada durante a minha trajetória como deputado federal e Ministro do Trabalho e Emprego, o conjunto de relações que criei e também herdei do meu avô Leonel Brizola. Teremos o melhor relacionamento em todas as esferas, buscando inclusive os financiamentos internacionais. Por outro lado, a prefeitura precisa de uma reforma administrativa. São Gonçalo tem mais de 30 secretarias  e 300 subsecretarias, um custo altíssimo na folha de pagamento. A população não pode mais sustentar cabide de empregos.

São Gonçalo é uma cidade de maioria da população cristã. Muitos políticos se usam deste fato para se promover e se eleger com o apoio dos fiéis. O senhor conta com o apoio de algum líder religioso em sua campanha?

Contamos com o apoio de diversos líderes religiosos em nossa campanha. As igrejas desempenham importante papel de centro de convivência e acesso à cultura. Grande parte da população frequenta igrejas evangélicas e católicas. Precisamos seguir o princípio do sincretismo religioso. A prefeitura, assim como o Estado, possui o caráter laico. Vamos manter relações com essas instituições, sem esquecer esse caráter laico da prefeitura e do governo, que deve servir a  todos e combater toda forma de intolerância e discriminação.

É vantagem para sua candidatura fechar apoio com o Partido dos Trabalhadores, que está sendo o principal causador desta crise?

Antes de tudo, preciso destacar que honrararei o nome e trajetória do meu avô Leonel Brizola: um homem que após 60 anos de vida pública, tendo ocupado os mais diversos cargos públicos, exceto a Presidência da República, que governou dois estados por três mandatos, perseguido pela Rede Globo, jamais foi acusado de corrupção!

Tentar atribuir a crise atual exclusivamente ao PT é uma avaliação equivocada. Tínhamos no país um governo de coalizão, composto não apenas pelo PT, mas tambem pelo PMDB, PP, PR, PRB... São todos co-responsáveis pelo que fizeram juntos. Da mesma forma, no governo do estado, afundado numa crise sem precedentes, sob liderança do PMDB e PP, estão aqueles que tentam posar de bons moços.

Na verdade, defendo uma nova política, uma mudança de postura, uma revolução nas atitudes dos homens públicos. Quero resgatar os mesmos ideais que sempre nortearam a atuação do meu avô. Defendo as conquistas dos direitos dos trabalhadores, do desenvolvimento economico e, principalmente, da justiça social. Serei coerente com aquilo que vivia meu avô Leonel Brizola. Existem dois lados: o lado do trabalho e o outro lado que é o do capital. Eu sempre estarei ao lado dos trabalhadores.

O bairro marambaia tinha seu território sob a administração de Itaboraí, mas atualmente pertence a São Gonçalo. Porém, mais de 16 mil títulos de posse estão em Itaboraí, resultando investimentos zero por parte do atual governo municipal. O que o Senhor como prefeito faria para reverter este quadro? É possível devolver o bairro a Itaboraí? O senhor tem interesse em permanecer com o bairro em São Gonçalo e fazer os investimentos que o bairro carece?

O prefeito não tem atribuição para vincular o bairro a um ou outro município. Atualmente, parte do bairro está vinculado a São Gonçalo e há ainda parte vinculada a Itaboraí. Quanto aos títulos de posse, não são vinculados a um ou outro município, mas à localidade geográfica a que se referirem. O relevante é que a prefeitura de São Gonçalo deverá retomar investimentos na localidade, buscando atender a população da área vinculada ao município. Mais do que isso, temos que promover políticas intermunicipais. Os consórcios intermunicipais podem trazer desenvolvimento para toda a região. São fundamentais para a urbanização e o meio ambiente. Deverão participar  Itaboraí, Maricá, Guapimirim e Niterói, eixos fundamentais do desenvolvimento regional. Os consórcios regionais serão uma marca do nosso governo.

Peço que deixe suas considerações finais aos leitores do nosso blog e a população em geral!

Temos um compromisso fundamental de retomar o legado de Leonel Brizola e recuperar os Brizolões. Além disso queremos fazer funcionar pra valer a rede de saúde de São Gonçalo, com consciência de que a solução verdadeira estará na saúde preventiva: cada real investido na prevenção economiza muitos reais no tratamento.

Queremos ainda, retomar o programa de asfaltamento e drenagem de ruas, chegando em bairros e regiões ainda não atendidos. Sabemos que São Gonçalo enfrenta muitas dificuldades. Temos, proporcionalmente, a pior arrecadação do estado. Vamos eleger prioridades e iniciar a reconstrução que não acontecerá de uma hora pra outra. Nossa maior prioridade será a educação, o compromisso com as futuras gerações. Como ensinava meu avô Brizola:

“- Igualdade para todos. Privilégios somente para as crianças!”