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Na última semana a Câmara Municipal de São Gonçalo aprovou por unanimidade (25 votos) a resolução nº 041/2017, que cria a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de São Gonçalo. Na atual legislatura, o parlamento gonçalense criou o Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Após votação e eleito Presidente da Comissão, o vereador José Carlos Vicente, assumiu a tribuna da Câmara, parabenizou o Presidente da Câmara, Diney Martins, pela sua conduta, e ao final do seu discurso falou sobre a recém criada comissão: "Pode ter certeza disso, presidente da comissão de ética, eu tenho certeza que ela nunca vai funcionar, que eu peço a Deus!", disse o vereador.

Lamentável o ponto de vista do vereador. Podemos começar citando a quebra de decoro parlamentar por uma regra básica e simples: o uso de roupas adequadas ao plenário. Os vereadores desrespeitam o seu próprio regimento interno, quem dirá que vão respeitar um código de ética e decoro?

O Artigo nº 78 do regimento interno diz que, entre as obrigações dos vereadores, está "comparecer convenientemente trajado de terno e gravata às Sessões na hora prefixada". Uns mal usam terno, imagine uma gravata.

Outro ponto do artigo do Regimento Interno diz que é obrigação do vereador "comportar-se em Plenário com respeito", e outro ponto diz para respeitar o que diz o anterior: "Obedecer às normas regimentais, quando no uso da palavra". Mas não é o que acontece. Recentemente a Câmara tem rasgado o que consideramos "ética", oferecendo grandes espetáculos e barracos públicos, com direito a xingamentos e dedo na cara. Outra coisa é simples: o respeito em ouvir a fala do próximo. Enquanto um vereador faz seu discurso, os demais ficam conversando, mexendo no celular e as vezes até sai do plenário. Às vezes quem fala é obrigado a pedir o silêncio.