Foto: Divulgação/Reprodução
 Câmara de Vereadores de São Gonçalo realizou nessa terça-feira (21) a audiência pública para discutir a implementação da linha de barcas que liga o município ao Rio de Janeiro. A audiência foi presidida pelo vereador Dr. Armando Marins que desde 2013 lidera o movimento no legislativo municipal. O evento contou com a participação da sociedade civil organizada e de autoridades.

Logo após a abertura solene a engenheira e representante do Movimento Pró São Gonçalo Ágatha Mello apresentou um estudo que comprova a necessidade da criação da linha de barcas para São Gonçalo, bem como os benefícios proporcionados à população e as dificuldades vividas por quem depende do transporte público na cidade. De acordo com o estudo a população beneficiada com a criação das linhas de barcas seria em torno de 1,5 milhão de pessoas.

Segundo a palestrante com a redução do tempo de quase uma hora e meia no trânsito a população ganharia, entre outros benefícios, qualidade de vida. Ela citou outros ganhos: “seria criado um novo bairro nas proximidades da estação de barcas, o que geraria mais empregos e mais impostos para a cidade”, ressaltou a engenheira. Agatha concluiu afirmando que levar as barcas para São Gonçalo significa superar o gargalo da mobilidade urbana para amenizar a crise.

Representantes da população também tiveram a oportunidade de fazer perguntas e expressar suas opiniões sobre o assunto. O professor Jorge Santana sugeriu ao governo municipal, representado pela secretaria de Transportes na audiência, que crie um terminal de ônibus para fazer a integração entre os dois meios de transporte. Já o representante do Fórum do Acompanhamento do Orçamento - Geovano Santos - falou da importância de atrair autoridades de outros municípios como Tanguá e Itaboraí para a discussão.

O advogado que representou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB São Gonçalo) - Marcos Vinicius Barros da Silva – destacou a quantidade de usuários que serão beneficiados diariamente com a chegada das barcas: 53.200 pessoas por dia. Para o representante do Núcleo Dandara Palmares – Reinaldo Matos – a discussão sobre as barcas precisa ir para a rua. Segundo ele “a luta por barcas está acima de questões ideológicas e partidárias”. O representante do deputado estadual Flávio Serafini – presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Aquaviário - Rafael Duarte – fez um breve relato sobre a criação da Frente Parlamentar e afirmou que a luta pela garantia tarifa social das barcas em São Gonçalo é fundamental para a política de mobilidade urbana do leste fluminense. O advogado Cleiton Monteiro criticou a ausência no debate da Agência Reguladora de Transporte e da Secretaria Estadual de Transporte.

Indignado com o que chamou de “descaso com São Gonçalo”, o presidente da mesa, vereador Dr. Armando Marins, chamou a atenção para o fato de a linha de barcas de São Gonçalo não estar incluída no edital para a contratação da nova concessionária que vai assumir as barcas: “Mais uma vez São Gonçalo está sendo deixado de lado. Vou propor uma moção de repúdio ao governo do estado pelo descaso com a nossa cidade. A luta pelas barcas de São Gonçalo não acabou. Vamos fazer valer o nosso direito,” concluiu  Armando Marins.

No final da audiência, após as discussões foi elaborado um documento com as propostas do fórum: criar a frente parlamentar municipal em defesa da implantação das barcas; encaminhar ao governo do estado uma cópia do estudo apresentado na audiência pública e enviar documento às autoridades, manifestando o interesse e reivindicação da população de São Gonçalo pela inclusão, na licitação em curso, da obrigatoriedade da implantação da linha de barcas São Gonçalo- Praça XV.