Nelma é professora de artes | Foto: A política RJ
Em tempos que o número de desempregados é altíssimo e bate recordes, milhões de brasileiros estão recorrendo ao trabalho autônomo e às micro-empresas, onde, muitas vezes, são os próprios donos do negócio. Geralmente nessa área é necessária a criatividade para que o negócio seja bem sucedido. Partindo dessa ponto de vista, a professora Nelma Salles está desenvolvendo com jovens do colégio estadual Professor Francisco de Paula Achilles, no bairro Anaia Pequeno, em São Gonçalo, um projeto de educação financeira e criação de MEI - Micro Empresa Individual. Ela conta que também desenvolveu o mesmo projeto no colégio Walter Orlandini, no bairro Paraíso, em São Gonçalo.

"Com esse projeto sete alunos do ensino médio se destacaram e seguiram o caminho do empreendedorismo. Um desses alunos criou a sua empresa de venda de brigadeiros, outra aluna tem um stand no Shopping Partage e também trabalha com brigadeiros, o terceiro trabalha com comida vegana, outra aluna trabalha com venda de pipocas aromatizadas... Eles deslancharam e criaram as suas próprias empresas. Eu também convidei profissionais para palestrarem sobre o desenvolvimento de uma empresa, profissionalização e gestão", diz a professora.

Ela falou como foi trazer a iniciativa para o colégio no bairro Anaia, onde uma turma de alunas do ensino fundamental já desenvolveu e já está trabalhando com o projeto da professora.

"Eu resolvi trazer para o Paula Achilles pois eu acredito que os alunos aqui tem muito potencial, e eu acredito neles. O projeto do oitavo ano me surpreendeu! Eles montaram e já estão vendendo o trabalho deles. Já vendem sorvete, pastel, brigadeiro e bolo de pote. É um incentivo para que esses jovens saibam administrar sua própria MEI no futuro e, talvez, até mesmo uma grande empresa", afirmou Nelma.

As aulas do oitavo ano do ensino fundamental Stephany Cristini, de 13 anos, Jhuly Michélle, de 12 e Lorhanny Costa, também de 13, falaram um pouco de como desenvolvem o projeto delas.

"Nós, à princípio, ficamos em dúvida e não entendemos bem a ideia", conta Stephany. "Depois que saímos e começamos a comprar o material, montar as trufas, nós achamos bem legal e divertido. É um pouco trabalhoso mas nós gostamos", afirmou Jhuly. "Nós vendemos algumas vezes por semana, arrecadamos um dinheiro que dividimos para comprar novo material e o que sobra é o nosso lucro", disse Lorhanny.

Elas contaram também que sem dúvidas pretendem seguir no caminho do empreendedorismo. "Primeiramente aprendemos a administrar e dividir o dinheiro e também é uma forma da gente trabalhar e ter a nossa própria renda de forma independente", afirmaram.