Foto: Divulgação/Campanha
Candidato do PSD ao governo do estado do Rio de Janeiro, Indio da Costa foi entrevistado pelo editor do blog A política RJ, Claudionei Abreu, e apresentou suas propostas para o estado e para São Gonçalo e afirmou que quer fazer uma revisão no governo e cortar gastos e secretarias de estado. Confira:

Candidato, São Gonçalo é atualmente a cidade com a pior renda per capita do Estado. Enfrentamos problemas na área da saúde, com as obras do hospital da mulher paradas, por exemplo; Na educação, com o fechamento de turmas e abandono de colégios e na segurança, com roubos acontecendo diariamente na cidade. Quais medidas a curto prazo o governo do estado pode realizar na cidade? 

Indio da Costa – É grave o que acontece hoje em São Gonçalo e em todo o estado do Rio de Janeiro. Falta segurança, saúde, escolas, emprego. É difícil para as famílias viverem neste clima. O foco principal do meu plano de governo é com a Segurança Pública. Sem segurança, todas as políticas públicas padecem. Sem segurança, as escolas não ensinam, os hospitais não funcionam, ninguém investe no estado e não se cria emprego. Na saúde, a falta de segurança adoece e leva as pessoas ao hospital, seja com estresse e pânico seja por tiro de assalto e bala perdida. Outro problema sério é a falta de atendimento nos hospitais. Será que não temos uma forma de evitar que as pessoas adoeçam? Temos como prevenir. Hospitais estão cheios porque falta política de saúde e de prevenção. Se eu tiver prevenção na saúde e a principal delas é a segurança pública, é possível  resolver o problema do atendimento nos hospitais. Fazer ainda um raio-x das filas enormes de hoje e detectar por quê as pessoas estão na espera, quais os principais problemas e adotar a prevenção.  Na Educação, eu te pergunto: antes de mais nada, tem como estudar fugindo de tiroteio e bala perdida? Não tem! No Rio temos muitas áreas conflagradas. Pais e mães não têm mais tranquilidade, quando seus filhos estão nas escolas ou nas creches. E o clima dentro das escolas é de medo, com funcionários e alunos apavorados. Vou garantir a segurança nas escolas e creches investindo nas polícias. Parece óbvio, mas o óbvio nunca foi feito pelos governantes do estado. O governo do Estado é responsável pelo Ensino Médio, segmento onde se verifica a maior taxa de evasão escolar. O problema acontece por diversos motivos: desinteresse, gravidez precoce, situações de violência. Como governador, serei coordenador das políticas de educação. Temos que tornar a escola interessante e segura, além de valorizar o professor. Para o ensino médio vou investir no ensino técnico profissionalizante, trazer perspectiva de emprego com convênios com empresas do entorno das escolas e assegurar renda para o jovem.

Quais são as suas propostas de governo para São Gonçalo?

Indio da Costa – Minha prioridade é investir na Segurança Pública em São Gonçalo e em todo o estado. As queixas que mais predominam na cidade é falta de segurança e de empregos. Sempre há  alguém desempregado nas famílias. Outra reclamação é o preço do transporte, que consome uma grande parte do orçamento de famílias, que mal ganham para sobreviver. Os governantes roubaram tanto misturados a empresários de ônibus que, sem propina, o preço da passagem pode até baixar.
Na área de geração de renda e emprego, vou reativar a tradicional indústria pesqueira na região. A prometida Cidade da Pesca não aconteceu e tem tudo para ser feita: um complexo de 630 mil metros quadrados que seria construído no bairro de Itaoca, em São Gonçalo. A área é equivalente a 15 Campos de São Bento, área de lazer em Icaraí. O projeto ia gerar mais de 10 mil empregos diretos e pretendia aumentar a produção do pescado, criar trabalho e renda e diminuir a distância entre a matéria-prima e o consumidor. A atividade já tem um histórico econômico bom na cidade. Isto sem falar, que o Estado do Rio de Janeiro tem o maior litoral do Brasil. São Gonçalo e Niterói, juntas, formam metade da produção de sardinha do Brasil.

3 - Em São Gonçalo, atualmente o governo municipal, além de grande políticos da cidade, estão apoiando a candidatura de Eduardo Paes. O senhor tem algum apoio político na cidade? Acredita que isso seja importante?

Indio da Costa – Eu busco o apoio das pessoas, da população. Não de políticos. É para a sociedade que vou governar, para o interesse público e não para o interesse dos políticos. Sou relator da Lei da Ficha Limpa, uma lei que mudou a história do país e não ando com qualquer um. Antes só do que mal acompanhado é o meu lema.  Ando de cabeça erguida e ninguém vai encontrar nada contra a minha pessoa. Tenho história e um nome que zelo. Tenho filhas, mulher, família, eleitores e amigos e quero ser um bom exemplo para todos. Estou na política há 25 anos, tenho 47 anos, e não há absolutamente nada que desabone minha conduta. Não roubar e não deixar roubar é uma das premissas do meu plano para ser governador do estado.

4 - Quais são suas principais sugestões para o futuro do Rio em termos de mobilidade urbana? O senhor acredita que é possível trazer barcas e metrô para São Gonçalo?

Indio da Costa – Não tem justificativa as pessoas levarem até três ou mais horas para chegarem em algum ponto da cidade. Vou fortalecer o sistema de bilhete único e avançar com a integração. Quero dizer que junto com a iniciativa privada, por meio de concessão, vou encomendar um estudo de viabilidade. Sei que é um desejo antigo e de muitos. Vamos trazer as barcas direto do Rio pra São Gonçalo, sem parar em Niterói. Desta forma, vai desafogar o trânsito e oferecer mais qualidade de vida aos que atravessam para o Rio. As informações técnicas dizem que não há profundidade para a barca, mas já existem embarcações modernas hoje que não precisam de profundidade para atracar. São os veículos que deslizam sobre a superfície em uma espécie de colchão de ar.

Um dos maiores problemas para a população fluminense, segundo pesquisas, é a segurança pública. Qual é a sua opinião sobre a intervenção federal e o quais medidas o senhor pretende tomar na área caso seja eleito?

Indio da Costa - Sob intervenção militar do governo federal, a segurança é hoje um dos principais problemas do Estado do Rio.  A intervenção teve motivação política. O Exército Brasileiro é um patrimônio de coragem, disciplina, ordem, que deveria ser preservado nas mobilizações da política. E não foi. Paga um preço alto por isso. Em vez de intervenção, o governo federal deveria investir nas polícias, porque é a polícia que sabe fazer e buscar e prender o bandido. Precisa de trabalho de investigação forte. A intervenção federal no estado do Rio é uma fantasia, mais uma ilusão para o povo. Eu pergunto aos nossos leitores: o que mudou na sua vida com a intervenção? Você se sente mais seguro ou tem acompanhado as notícias frequentes de aumentos de tiroteios e mortes inclusive de policiais? Eu não vou pedir a prorrogação da intervenção. A intervenção teve o sentido político de produção de uma imagem sem profundidade. E eu quero ser o governo com as polícias fortes e equipadas e treinadas. A intervenção só faria sentido se Michel Temer tivesse afastado o Pezão, como sugeri a ele publicamente. A intervenção foi um prêmio a um governo inepto, comprometido com as decisões do Cabral e Picciani porque Pezão parou de ser cobrado sobre seu desgoverno diante do aumento da violência, enquanto a intervenção também em nada resolveu.

São Gonçalo tem hoje uma taxa de 34,7% de desempregados, segundo uma pesquisa recente que foi divulgada. Essa taxa é maior que a da Síria (30,6%) e do Haiti (34%). Quais políticas públicas o senhor acredita que o estado pode implantar para reverter essa situação?

Indio da Costa – Desemprego é uma situação que desestabiliza qualquer um de nós, principalmente os que têm dependentes e filhos. Hoje a insegurança afasta o investimento no Estado. Eu me repito nesse tema porque é a realidade e é com a verdade que vou trabalhar. Sem investimento, não tem emprego. Sem emprego e sem renda as dificuldades ficam cada dia pior. O foco, portanto, tem que ser a segurança e a valorização da polícia para todos os demais serviços funcionarem bem.  Eu tenho convicção, experiência e certeza absoluta de que recupero esse estado. Sabemos que o estado tem uma boa capacidade e potencial para microempresários e empreendedores. É óbvio que a economia local pode ser melhor. No meu governo, a politica de microempresário no estado vai ser simples. É dar infraestrutura e apoio. Precisa ter menos burocracia e mais atenção. Mas hoje o estado está abandonado e a principal questão é oferecer segurança para as empresas atuarem, ficarem no estado, instalarem novas e se oferecer mais empregos as pessoas. Será assim, porque eu não vou sossegar enquanto isso não acontecer e sei que é possível fazer.

O senhor já tem nomes para um eventual governo? Principalmente na segurança? 

Indio da Costa - Sou relator da Lei da Ficha Limpa e posso garantir que o meu governo será um governo ficha limpa, de gente séria, técnicos capazes. O lema será não roubar e não deixar roubar. Posso garantir que vou governar com os melhores quadros. Eu poderia fazer um discurso bonito e dizer o seguinte: vou cortar, vou fazer, nomear, diminuir 10 secretarias, 20 secretarias. Mas, se eu não fizer isso, não tem governo. Não é questão de promessa, nem questão de boa vontade. É questão de realidade. Quase 90% da arrecadação do Estado hoje é para pagar servidor público. Então, se não fizer uma revisão nessa máquina, não tem governo. Então, eu queira ou não, eu vou ter que fazer. Se eu não fizer, eu não governo. Porque se eu não fizer, quebra. A máquina não tem como pagar 90% do que arrecada nisso.

Por que a população deve votar em Indio da Costa para governador?

Indio da Costa – Porque eu sei fazer acontecer e sou capaz e tenho garra para devolver a Segurança ao nosso estado e destravar todos os demais serviços, como Saude e educação. Eu sou Ficha Limpa. Meu nome todo é Antônio Pedro Indio da Costa e sou mais conhecido como Indio. Sou casado, pai de duas filhas e amo minha família. Meu pai é arquiteto, minha mãe, designer e meus irmãos seguiram o mesmo caminho. Eu sou empresário e advogado, mas a minha vocação é a vida pública. Tenho muito orgulho de ser o relator da Lei da Ficha Limpa, lei que hoje está impedindo que mais de 7 mil políticos fichas-sujas se candidatem e tomem o tempo do eleitor e o dinheiro do contribuinte.
Quero ser governador. Ou seja, quero ser este servidor público de toda a população. Durante muito tempo, a função do governador aqui no Rio esteve desviada para atender a classe política, aos empresários. Quando se fazia uma obra, os governantes estava preocupados mesmo era em atender à empreiteira e encher seus bolsos de dinheiro do povo. Quero ser o governo que vai devolver a tranquilidade das famílias para andar nas ruas, fazer negócios, gerar empregos no estado. Sei que posso ajudar a reorganizar as contas e colocar o estado para funcionar em favor das pessoas.