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| Marcelo Trindade é candidato do Novo | Foto: Divulgação /Facebook |
Claudionei Abreu — Candidato, São Gonçalo é atualmente a cidade com a pior renda per capita do Estado. Enfrentamos problemas na área da saúde, com as obras do hospital da mulher paradas, por exemplo; Na educação, com o fechamento de turmas e abandono de colégios e na segurança, com roubos acontecendo diariamente na cidade. Quais medidas a curto prazo o governo do estado pode realizar na cidade?
Marcelo Trindade — As obras do hospital foram abandonadas. A promessa era de inauguração em 2013, mas o esqueleto está exposto à erosão, após de investimento de R$ 40 milhões. Nosso compromisso é concluir as obras iniciadas antes de começar outras.
De fato, os problemas na Saúde exigem uma outra postura do novo governador. Primeiro, acabar com as indicações políticas dos gestores. É importante para combater a corrupção e os gastos errados, práticas da velha política que produziu esse colapso. Nossa meta é um atendimento personalizado e efetivo, com ferramentas digitais. Saúde no lugar certo, na hora certa e da forma certa. O modelo atual de atendimento é falho, fragmentado, com pouca comunicação entre as unidades, gerando descontinuidade no atendimento à população.
Dividiremos o atendimento em áreas lideradas por hospitais de referência e daremos toda atenção aos cuidados primários, isto é, ao médico de família. Aplicativos de celular vão orientar os pacientes e as equipes, concentrar a informação, evitar o desperdício de tempo e de recursos e melhorar serviços, como a marcação de consultas e de exames e o acompanhamento de doentes crônicos e idosos.
Em relação à educação, as escolas serão dinâmicas, modernas e inclusivas, para formar o cidadão do século XXI e manter o jovem na sala de aula. Vamos garantir escolas seguras, bem geridas, com professores treinados e valorizados. Defendo um incentivo financeiro, com apoio da iniciativa privada, para o jovem que concluir o Ensino Médio. Será um mecanismo para competir com a demanda por renda que o pressiona a deixar a escola, especialmente o jovem que chegou atrasado ao Ensino Médio. Universidades e escolas técnicas farão parte da recuperação econômica do estado, pela produção científica, inovação e formação de mão de obra especializada nas áreas de vocação do estado. São Gonçalo e toda Região Metropolitana têm uma juventude carente de oportunidades para competir no mercado de trabalho. Alunos e professores precisam ter acesso às redes. Estamos longe disso e temos uma carência de mais de 80 mil vagas no Ensino Médio. Conhecemos bem as consequências de uma juventude fora da escola.
Claudionei Abreu — Quais são as suas propostas de governo para São Gonçalo?
Marcelo Trindade — O município de São Gonçalo precisa de muita atenção, especialmente em Segurança Pública, e deve ser beneficiado pela Baía da Guanabara. É um desperdício não despoluir a Baía governo após governo. Isso acontece porque político só gosta de obra que ele possa inaugurar e botar plaquinha para faturar na eleição. Ou seja, só toca obras que ele acha vai ficar pronta em quatro anos, antes da reeleição. É por isso que os velhos políticos não fazem o que tem que ter feito. A despoluição geraria empregos, valorizaria imóveis, ofereceria lazer de qualidade. A população de São Gonçalo colocou faixas nas ruas alertando sobre o perigo de assaltos. Recentemente, o bombeiro hidráulico Rômulo Farias da Silva, de 24 anos, foi assassinado, chocando a sociedade. Um jovem, no primeiro dia de trabalho, inocente, alvejado covardemente por bandidos. E mais: os próprios bandidos instauraram um tribunal paralelo, condenaram o autor dos disparos e o executaram sumariamente. Isso é intolerável em qualquer sociedade, mas tem sido uma prática comum no nosso estado. Então, nossa prioridade será combater com inteligência e rigidez o tráfico de drogas, o poder paralelo das milícias.
Claudionei Abreu — Atualmente a situação do estado é crítica, pois enfrentamos crises financeiras e dificuldades em todas as áreas. Qual será sua primeira medida para resolver este problema e conseguir fazer a máquina publica funcionar?
Marcelo Trindade — Terei tolerância zero com a corrupção e não haverá indicações políticas de incompetentes para cargos de confiança. Foi isso que quebrou o Rio. A população precisa de governante que dê exemplo de honestidade e tenha coragem para cortar privilégios e enxugar o que precisa ser enxugado na máquina pública. Assim como a escada deve ser lavada sempre de cima para baixo, o governador precisa dar o exemplo para todos os servidores. É assim, com honestidade e com investimentos inteligentes em segurança, que vamos atrair a confiança das empresas privadas para investir no Rio. São elas que geram riqueza e empregos.
Claudionei Abreu — Quais são suas principais sugestões para o futuro do Rio em termos de mobilidade urbana? O senhor acredita que é possível trazer barcas e metrô para São Gonçalo?
Marcelo Trindade — Os eleitores têm que desconfiar do candidato que prometer, por exemplo, fazer a linha 3 do Metrô usando apenas recursos do Estado, que está falido. Essas são obras estruturantes e mudariam a história da Região Metropolitana, gerando empregos, melhorando a qualidade de vida e desenvolvendo o estado. No entanto, só vão sair do papel em um ambiente saudável para negócios, sem corrupção, com regras claras e respeito aos contratos, para atrair grandes investidores. Apesar de o metrô, em qualquer lugar do mundo, exigir investimento público, é preciso atrair investimentos privados para avançar na construção de uma rede multimodal integrada, que oriente o desenvolvimento da região metropolitana. Porém, isso só é possível com uma gestão competente, séria e sem a participação dos políticos responsáveis por estarmos vivendo essa crise sem precedentes.
A gestão ineficiente gera desarticulação entre as políticas de transporte – planejamento, gestão e execução – entre Estado e Municípios. Isso contribui para a falta de integração física, operacional e tarifária entre os modais, prejudicando a oferta de transportes para atender à demanda, aumentando os custos econômicos e diminuindo a qualidade de vida da população.
Um dos maiores problemas para a população fluminense, segundo pesquisas, é a segurança pública. Qual é a sua opinião sobre a intervenção federal e o quais medidas o senhor pretende tomar na área caso seja eleito?
A intervenção federal já produz resultados, que conheci em visitas aos generais Braga Netto e Richard Nunes. Mas não se resolve a crise da segurança em meses. O processo deve continuar focado em gestão e planejamento. Esse será o legado da intervenção. Vamos avançar na investigação e produzir provas contra os bandidos para mantê-los longe das ruas. É inaceitável o que fazem à luz do dia, infernizando a população. A resposta a esses marginais deve vir da inteligência, de uma polícia bem administrada que investiga, prende e produz provas para mantê-los na cadeia.
Um governador de mãos limpas é o primeiro passo para inspirar os servidores, incluindo os policiais. Eles precisam ter comandos estáveis para executar as metas de redução de crimes. Não podem ser trocados a cada pressão. A tecnologia vai reduzir a impunidade e tornar as ações policiais mais seguras para o cidadão e para os próprios policiais.
Claudionei Abreu — São Gonçalo tem hoje uma taxa de 34,7% de desempregados, segundo uma pesquisa recente que foi divulgada. Essa taxa é maior que a da Síria (30,6%) e do Haiti (34%). Quais políticas públicas o senhor acredita que o estado pode implantar para reverter essa situação?
Marcelo Trindade — A retomada da indústria de óleo e gás promete trazer de volta cerca de 300 mil empregos para a região metropolitana do Rio e as cidades da indústria do petróleo, como Macaé. Isso vai aumentar a capacidade de consumo nessas regiões e será uma oportunidade de desenvolvimento de negócios e da retomada da prosperidade. O Estado precisa facilitar, e não dificultar, essa retomada. São Gonçalo tem histórica vocação industrial e devemos estimular essa retomada.
Nossa população é talentosa, tem vocação para o empreendedorismo. Precisamos apoiar os novos empreendedores, para que criem seus próprios negócios e cresçam a partir dessas oportunidades. Quanto mais pessoas prosperarem, mais todo o conjunto prospera. Devemos estar do mesmo lado empenhados pela retomada da prosperidade, orientando todas as ações do Estado na direção de facilitar o desenvolvimento dos negócios e o empreendedorismo.
Claudionei Abreu — O senhor já tem nomes para um eventual governo? Principalmente na segurança?
Marcelo Trindade — Nós temos apoios em todos os setores, mas só anunciarei nomes após a eleição. O momento é de focar na campanha, de conquistar os eleitores mostrando nossas propostas. É importante que os são-gonçalenses saibam que me comprometo a fazer escolhas com base em critérios técnicos, que vou colocar os cargos de gestão nas mãos de profissionais capazes de fazer o melhor pelo o Rio de Janeiro.
Claudionei Abreu — Por que a população deve votar em Marcelo Trindade para governador?
Marcelo Trindade — Sou um candidato ficha limpa. Nunca fui filiado a qualquer partido, muito menos ao PMDB e seus aliados, que afundaram o Rio de Janeiro nessa crise, estão com suas lideranças superlotando as cadeias e têm a cara de pau de pedir novamente o voto da população. Não fiz alianças para aumentar o tempo de TV e, por isso, não estou comprometido com velhos políticos para empregar suas turmas na máquina pública. Assim, poderei fazer escolhas 100% técnicas para os cargos de gestão, tornando o Estado mais eficiente e menos corrupto, focando os esforços nas áreas de segurança, saúde e educação.
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